sábado, 28 de novembro de 2009
Entrevista com Cães de Rua (Rj)
Eu torrando mais uma vez a paciência dos caras das bandas, dessa vez minhas vítimas são os caras do Cães de Rua do Rio de Janeiro. Uma banda massa demais,então vamos sacar um pouco mais deles que futuramente vão fazer split com a Te Pego Lá Fora (isso falo depois).
Belém äs Fuck- Como surgiu a Banda? (informe integrantes e respectivas funções)
A gente começou a tocar junto mais ou menos na passagem de 2004 para 2005, os shows começaram mesmo em 2005. Era eu no vocal, Beto na guitarra, Léo no baixo e Jean na bateria. Hoje a formação é praticamente a mesma coisa, só o Danilo (Pés Descalços, Joana de Barro) que entrou esse ano no lugar do Beto.
Belém äs Fuck - Existem mil formas de se fazer protesto, porque escolheram o Hardcore pra isso?(creio que é o que vocês fazem).
Pra ser sincero, a banda é o lugar onde eu menos "faço protesto", é mais pra extravasar mesmo tudo o que se está sentindo, a forma "violenta" com que o hardcore/powerviolence/thrash ou seja lá como quiserem chamar é feita, pode até espantar algumas pessoas, pessoas essas que necessitam ouvir o que a gente tem pra dizer, por isso que a parte dos shows que mais rola esse "protesto" é o intervalo das músicas onde a gente explica sobre o que a música fala e porquê ela fala. Além da Cães, eu também tento aplicar o que penso em zines, desenhos, atos públicos e por aí vai.
Belém äs Fuck - Suas letras falam exatamente do quê?
Essa pergunta é complicada, porque quando eu compus as músicas (as antigas), eu era bem moleque e achava que falar "Anarquia!Anarquia!" era muito mais punk do que falar de amor, respeito, paz... Hoje que a gente tem a maturidade pra tocar o que a gente já toca a um bom tempo, posso dizer que estamos aí pra falar sobre paz, liberdade, ir contra o sistema que oprime e tentar abrir os olhos da galera que é oprimida.
Belém äs Fuck – O Ep tá bonito de se ouvir hein? (Valeu por mandar o meu Cris). Levando em consideração que pra se gravar um som bem trabalhado a banda tem que ralar muito, (não só no HC). Pra vocês essa é maior realização de uma banda de hardcore?
Acho que a maior realização mesmo é depois ouvir a galera vir falar bem, chamar pra tocar, dizendo que tá curtindo, cantar junto no show. A ralação pra gravar acontece, mas a gente só quis gravar esse bonitinho porque quisemos nos dar um presente, o importante é fazer, não importa como.
Belém äs Fuck – Algum de vocês tem projetos fora da banda?
Tem o Danilo, que toca baixo na Pés Descalços e na Joana de Barro e o Jean, que toca em outras quinhentas mil bandas, tá precisando de baterista? Chama o Jean que ele topa na hora (risos). O Léo se aplica pra passar no vestibular e eu luto pra equilibrar a vida de professor/roqueiro. (risos)
Belém äs Fuck – digam o que vem na cabeça:
Hardcore – União, diversão, reflexão e respeito. Pelo menos é como eu acho que deveria ser.
Racismo – Pensamento atrasado, mas infelizmente ainda presente no inconsciente e (mais infelizmente) no consciente de alguns.
Vegetarianismo- Modo que escolhi viver tentando ao máximo respeitar qualquer tipo de vida.
Homofobia- Um absurdo ainda influenciado pela mídia e pela sociedade conservadora, que deve ser enterrado na mesma cova que o racismo.
Belém äs Fuck – Um show inesquecível, e um lugar que querem tocar.
Festival Rio Punk em Sepetiba, 2007, quando tocamos junto com o Restos de Nada. Seria foda tocar no Pará, heim (risos).
Belém äs Fuck - Vocês fizeram um tour recentemente, conte-nos alguma presepada dessa viajem.
Não foi bem um tour, fechamos uma maratona de shows no nosso bairro de Campo Grande e adjacências, que está englobando outubro, novembro e dezembro, pra poder divulgar o lançamento do nosso cd. Tá sendo lindo demais, dando um gás incrível na banda, encontrando novas e velhas amizades, conseguindo alguns hematomas também, mas isso faz parte.
Belém äs Fuck- Como esta o cenário no Rio de Janeiro?
O cenário é sempre agitado em qualquer época do ano, a galera dá o sangue mesmo pra trazer bandas de fora, organizar show com bandas daqui mesmo, arranjar lugar pra tocar, equipamento... A gente se fode mas se diverte.
Belém äs Fuck- O começo de uma banda é sempre conturbado, e pra vocês o que foi/é mais difícil?
O mais difícil foi o começo, fazer o tipo de som que a gente faz no bairro que a gente mora é complicado, a gente tocava em festivais com bandas de new metal, grunge, heavy metal, daí quando a gente subia no palco (ou no chão mesmo) pra tocar, ninguém entendia nada. A galera acabou curtindo mais pela palhaçada e porradaria que são os shows. Hoje é mais tranquilo porquê conseguimos expandir nosso som, graças à internet e à galera que dá a força pra gente tocar em lugares mais distantes, onde as pessoas realmente gostam do que a gente faz.
Valeu pela entrevista pro blog, podem mandar ver agora!
Primeiramente agradecer à você, Mell, pelo convite e pela força que tá dando pra gente aí no Pará, a toda a malucada aqui do Rio pelo gás que dá e sempre deu pra Cães, sem vocês, a gente seria nada.
Beijos a todxs!
http://www.myspace.com/caesderua
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Contato, troca de ideias e material:
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