segunda-feira, 1 de março de 2010
Diário Tour do Licor de Xorume
Eu não fui, mas eles não esqueceram de me presentear com belas histórias pra eu ter o prazer de postar aqui e compartilhar com vocÊs as travessuras dos caras do LICOR DE XORUME em sua divertida tour. Leiam e se divirtam.
Toda essa aventura começou dia 11/02/2010(quinta), data em que sairíamos de Belém rumo a Palmas. Mas um imprevisto em cima da hora impediu o planejado. O nosso vocalista Muca’s só seria liberado do seu novo emprego no final da tarde de sexta-feira. Estávamos num dilema: fazer a tour completa nas três cidades (Palmas, Goiânia e Brasília) sem o Muca’s ou cancelar Palmas e tocar nas outras duas com a banda completa. Após pensar os prós e contras, e principalmente, pela falta de outro motorista pra revezar com o C3, decidimos fazer só Goiânia domingo e, dependendo do “andar da carruagem” tocaríamos em Brasília na terça. Sendo assim a saída rumo a Marabá, onde o Mucura seguiria com a gente, foi adiada para sexta-feira depois do almoço. Kaká preferiu não se aventurar com a gente, por que “eles do Licor de Xorume são tudo doido”.
Após 8 horas de viagem, chegamos às 23:00h de sexta-feira em Marabá, onde fomos recebidos pelo André (primo do Muca’s e C3). Dormimos na casa dele e saímos umas 6:00h rumo a Xambioá no Tocantins.
Chegamos umas 9:00h de sábado na travessia da balsa de São Geraldo do Araguaia pra Xambioá. Lá se foram mais 10,00 do dinheiro contado da gasolinaDe Xambioá, seguimos para Araguaína, onde pegaríamos a Belém-Brasília até a entrada de Porto Nacional.
Só fomos chegar a Porto Nacional quase 8 da noite. O cansaço nos venceu e resolvemos dormir por lá. Achamos uma pousada boa e barata com um pessoal gente fina e comida boa.Domingo, umas 4 da madruga partimos rumo a Goiânia.
Depois de quase nos perdermos perto de Brasília chegamos a Goiânia umas 17:00h, lá fomos recebidos pelo Slake (WxCxMx) e Segundo (Selo Two Beers Or Not Two Beers). Seguimos direto pro Capim Pub, local do show.
Ótima recepção de todos, galera compareceu em peso no 1° dia do festival EXU, muitas bandas boas, entre elas, W.C.M. que já passou por Belém ano passado e Abalo Císmico do nosso amigo e dono do blog “licor de chorume” XXX. Nosso 1° show em 2010 foi com o pé direito tocando em Goiânia pra uma galera ensandecida e apesar do nosso cansaço, com muito gás e catuaba goiana. E ainda rolou a estréia da nossa nova música “ONBI’s – Objetos Norte Americanos Bem Identificados”.
Depois do show rolou um “rendez-vous” na casa do Alexandre do W.C.M., regado a muita música boa, cerva, catuaba, tcharo e com direito a pentagrama feito com sal no chão do pátio. Dormimos muito bem por lá.
No outro dia já quase curados da ressaca da noite anterior, estávamos decididos a “pegar o beco” e voltar pra Belém, pois o trampo do Vevé começava na quarta de manhã. Foi quando Vanessa (Sutiã Killers) convidou agente pra comer um churrasquinho em grande estilo, catuabas, cervejas e piscina deliciosa, pois estava fazendo muito calor mesmo. Mas eis que surge mais um imprevisto. Após fazermos a contabilidade financeira e constatarmos que havia um déficit no caixa, essa idéia foi por água abaixo...Traduzindo: não tínhamos grana suficiente nem pra colocar gasolina pra voltar!
Pensamos: Fudeu!! Literalmente Fudeu!! Vamos ficar ilhados em Goiânia. Lesão já pensava em virar Hippie e viver da venda de colares e pulseiras na rua.
Mas depois de algumas ligações e conversas, decidimos fazer mais um show na segunda em Goiânia e partir no outro dia.Até que o imprevisto foi bom, pois não fosse isso, não teríamos sacado o show do Ímpetos, banda punk HC das antigas da cena goiana (15 anos de estrada) e o encerramento do festival com uma banda que não soubemos definir muito bem chamada “Os Gays” com um “nerd” no vocal e duas mulheres muito gatas no backing. Já tínhamos ouvido falar da banda que tinha a fama de fazer apresentações bem diferentes e marcantes. Mas não imaginávamos que a banda toda (com exceção das garotas) tocaria nua no meio do show! Hilário! Segundo eles foi um protesto contra o machismo no Rock (??).
No mesmo dia voltamos a casa da Vanessa onde quase conseguimos descansar “isso se não fosse o Vevé muito chapado enchendo o saco de todo mundo até o amanhecer”.
Já na terça saímos umas 11:00h com o intuito de chegar em Marabá e dormir por lá antes de pegar o último trecho da viagem até Belém. Mas ao passar na estrada e ver Brasília “passando ao lado”, algo ou alguém cutucou nossas mentes.... Por que não tocar em Brasília? Já estamos aqui mesmo...O que é um peido pra quem já tá cagado? E ainda poderíamos descolar uma grana pra ajudar com a gasosa.
Paramos em um posto e ligamos pro Barbosa (Terror Revolucionário e Possuídos Pelo Cão) pra saber se podíamos tocar por primeiro, pois depois do show pegaríamos direto a estrada até Marabá.
E lá fomos nós! Dessa vez não nos perdemos e chegamos até a casa do Barbosa onde demos um tempo, uma brocada e fomos pro clube onde rolaria o festival.
Pra uma terça de carnaval com a cidade quase vazia, até que deu bastante gente no show. Fomos a 3ª banda a tocar depois da galera do Massacre Bestial e Kanela Seca. O som tava muito bom, e a galera curtiu pra caralho, muitos punks na frente do palco sacando nosso som e agitando muito no cover do Psychic Possessor “Capitalismo”. Por incrível que pareça só tomamos 2 copos de catuaba antes do show, devido a pouca grana e a estrada que ainda íamos pegar....se dirigir não beba!!! hehe
Final do show ainda ficamos um tempo conversando com a galera do Os Maltrapilhos (pena não poder ver o show dos caras e dos Insülts também) e depois saímos rumo a Marabá umas 21:00h.Foi nessa noite que sentimos na pele o quanto é perigoso dirigir cansado e com sono. Sorte que o Fabrício agüentou bem até Arraias no Tocantins, com muito energético e hardcore no ouvido. Lá pelas 5 da manhã de quarta-feira paramos num posto em Conceição do Tocantins e dormimos ali mesmo no carro até o restaurante abrir pra tomar café e seguir viagem.
Já com o sol na cara e menos sono partimos no último trecho até Marabá. Lá pelas 9 da manhã chegamos a Porto Nacional, abastecemos e seguimos até Lajeado, cidade próxima a Palmas, onde pegaríamos uma balsa. Chegamos lá umas 12:00h e resolvemos relaxar um pouco num riacho pra curar de vez o cansaço e o sono e revigorar o corpo e a mente.Mais estrada e mais estrada, daí pra frente só paramos numa mercearia pra comprar pão e mortadela que serviu como almoço.
Chegamos a Marabá lá pelas 9 da noite. Mais uma vez dormimos lá. Acordamos umas 4 da manhã, o Mucas seguiu pro seu trabalho em Parauapebas e nós três saímos rumo a Belém.
Todos revigorados, felizes e cantarolantes, até que percebemos que não estávamos voltando pelo mesmo caminho que viemos. PQP! Paramos na estrada e soubemos que estávamos indo pro Porto de Arapari. Fudeu de novo!! Sem nenhum tostão no bolso, pouca gasolina, como iríamos pagar a travessia da balsa até Belém?
Eis que de novo alguém nos cutuca...na verdade cutuca o C3 e ele resolve vender seu celular pra conseguir essa grana, então o Lesão resolveu ir atrás de um comprador quando percebe, um figura o leva até uma Boca de Fumo onde finalmente conseguiu vender o celular. Ainda bem que o aparelho só ligava, recebia e acendia uma lanterna... Depois a gente faz uma vaquinha e compra outro pra ele.
Missão cumprida! Essa é a sensação que tivemos ao desembarcar da balsa de Arapari em Belém.Após rodar 4.400km, atravessar 4 balsas, passar por 45 cidades entre Pará, Tocantins, Goiás e Distrito Federal, entrar errado em inúmeras rotatórias, nos perder em algumas cidades, mesmo assim, valeu a pena todo esse esforço.
Sem dúvida alguma, o saldo da viagem (ou deveríamos chamar de saga?) foi extremamente positivo: novos e importantes contatos, grande intercâmbio cultural, novos ares, e o principal, a conquista de um novo público em terras diferentes.
Contamos com o grande apoio de uma galera que não podíamos deixar de agradecer: Kaká (“não quero tirar a força de vocês” e “os caras são tudo doido!”), André e família (valeu pela hospedagem e força $$ em Marabá), Alexandre do W.C.M. e Wanessa e Kandhy do Sutiã Killer (pela hospedagem e apoio em Goiânia), Slake e W.C.M., as bandas de Goiânia que tocaram com a gente, Barbosa (grande apoio em Brasília), Massacre Bestial, Maltrapilhos, Na Figueredo, Sandro-K, Kleber Seqüela, Simon, Balanço do Rock, Belém As Fuck, Felipe e Beto (Derci Gonçalves), Erick, Digão, Porcão, Julio, Natcha, Segundo, Afonsinho (Capim Pub) e a todos que direta ou indiretamente contribuíram com essa aventura doida de 4 malucos na estrada rodando quase 5.000km simplesmente pelo prazer de tocar Hard Core e representar a cena paraense lá fora.
Meu único prazer agora é beber Licor de Xorume...
Viva a Catuaba!!!!
Videos da tour
http://www.youtube.com/watch?v=czd9vH7cWb8 (momentos da tour)
http://www.youtube.com/watch?v=pAxiIxcCsng (LDX em Goiânia 1)
http://www.youtube.com/watch?v=a3CbOD16OU8
Resenha por Daniel Ctrex (guitarra)
xMellx
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Porra, muita história pra contar. e com a catuaba como combustível ainda, hehehehehe
ResponderExcluir