Julho. Uma tarde quente. Nada para fazer
Então fomos perturbar o Robson (baixo) e o Renan (vocais), do terromoto hardcore conhecido por Escárnio com algumas perguntas estúpidas e cretinas.
Confira abaixo no que deu essa merda:
Pëixë: Bora lá, Robson. Tu podes falar um pouco de como começou essa máquina de fazer barulho, chamada Escárnio?
Robson: Então, Escárnio surgiu em Icoaraci em meados de 2000 e a princípio se chamava Carpe Diem, era um trio e tinha uma proposta "musical" um pouco diferente do que é atualmente, um ano depois aproximadamente o Carioka entrou na banda junto com o Simon que foi o primeiro baixista e surgiu assim o Escárnio.
xMellx: E as músicas e as letras do Escárnio são pra quem e porque?
Robson: Normalmente as músicas abordam temas políticos, cotidianos e pessoais. Nada muito pretensioso.
Pëixë: Ainda pegando um pouco essa coisa das letras (que eu considero muito boas), porque tocar hardcore? "Play for fun" ou algo mais?
Robson: Bom, eu vou falar por mim, eu sempre gostei de punk, desde bem novo, e o que me atraiu no punk além da sonoridade agressiva eram as letras, o punk/hardcore sempre foi/foram uma escola pra mim, eu aprendi coisas que eu normalmente não aprenderia em casa ou na escola, então o punk/hardcore sempre me serviu como meio de expressar as minhas idéias de uma forma realmente livre, falar das coisas da forma como eu as vejo, sinto ou acredito. Válvula de escape, diversão e uma pá de outras coisas que eu poderia passar o dia inteiro descrevendo aqui hehe.
xMellx: Sim, vocês tem pretensão de fazer algo fora daqui de Belém?
Robson: É sempre bom fazer algo fora de Belém.
Renan: ... Mas a falta de tempo não ajuda muito hehe... Trampo, faculdade, essas coisas...
Robson: As poucas vezes que tocamos fora daqui foram realmente incríveis, as amizades, os lugares, as experiências e tudo mais, isso tudo é simplesmente foda.
xMellx: Realmente isso deve ser bom pra vocês e pra quem escuta vocês. Em relação a isso, o que vocês acham da cena daqui de Belém?
Robson: Cara, a 10 anos atrás eu observava a cena como era na época e sempre me dizia "nossa, daqui a uns 10 anos as coisas vão ser bem melhores".
E bom, passaram-se 10 anos e as coisas não mudaram tanto, mas o que eu tenho percebido é que ultimamente as pessoas estão mais envolvidas, mais comprometidas, fazendo shows sem patrocínios, tudo na base do DIY, novas bandas tem surgido, uma mulecada nova tem colado nos shows, alguns zines (o que é bem raro hoje em dia), e isso por incrível que pareça é algo que já não acontecia a algum tempo, então é basicamente isso, não tem muito o que achar, mas espero que as coisas continuem seguido o ritmo que tem seguido ultimamente.
Pëixë: Que materiais vocês lançaram até hoje e o que tem a caminho?
Robson: Cara, tem a primeira demo de 2001 (Indústria da Fome) em cd e fita k7, mais ou menos 1 ano depois gravamos 3 músicas com uma qualidade um pouco melhor e lançamos a segunda demo chamada "Intifada" que também tinha as músicas da primeira demo, algum tempo depois saímos em uma coletânea local chamada "Toma!" só com bandas daqui, ano passado saímos em outra coletânea local chamada "Desgraçacore" e esse ano em uma coletânea chamada "Cangaço Cruento" que eu não me lembro exatamente de onde é, mas é de um brother da banda, a gente também tem um material mais novo gravado com uma qualidade sonora bem legal que por sinal seria nosso primeiro cd oficial mas ainda não tivemos grana pra tirar do studio hehe, esperamos poder disponibilizar em breve.
xMellx: Opa estamos aguardando essa coletânea. E os planos do Escárnio pra 2009?
Robson: Na verdade acho que a gente nunca faz planos, as coisas vão acontecendo, as oportunidades vão aparecendo e a gente vai abraçando, rolaram uns convites pra tocar fora mas estamos analisando as possibilidades já que como alguns trabalham e outros fazem faculdade fica um pouco complicado conciliar essas viagens com o tempo do pessoal.
Pëixë: Bom pra não encher mais o saco de vocês heheh. Valeu mesmo pelo papo ! De verdade. Boa sorte pra banda no que vier pela frente. Mande lá suas considerações finais
Robson: Sei lá, a gente tá aê pra quem quiser escutar, trocar idéias fazer amizades e tudo mais. Acho que é isso heheh
Pëixë